terça-feira, 6 de novembro de 2018

Pantanal recebe título de patrimônio natural da humanidade

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CELSO BEJARANO JR.
da Agência Folha, em Campo Grande

Parte da região do Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, uma área de 187 mil hectares, vai ser transformada, a partir de dezembro, em patrimônio natural da humanidade.

O título será concedido na Austrália pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura), uma agência da ONU (Organização das Nações Unidas).

Segundo a Unesco, a região será a 12ª do Brasil incluída na lista do patrimônio natural e cultural da humanidade, cujo título é escolhido por representantes de 148 países.

O processo de avaliação do Pantanal já foi concluído em fevereiro deste ano. A Unesco inseriu a região como patrimônio por considerar o Pantanal de valor excepcional: é a maior planície alagável do mundo, o ecossistema tem habitat natural e possui espécies de animais ameaçados de extinção.

A oficial da Unesco em Cuiabá, Aldenice Bernardes Garcia, disse que a inclusão do Pantanal como patrimônio da humanidade é um "ganho incalculável para a região".

Ela explica que a partir do título, a região escolhida pode receber apoio financeiro internacional com mais facilidade. "Teremos muito mais chances de proteger a nossa natureza".

Logo de início, a Unesco, por meio do Fundo do Patrimônio Mundial, pode bancar projetos de preservação ambiental. "Isso sem falar que vamos ganhar uma publicidade de graça, que será mostrada em 148 países. Jovens de diversas partes do mundo vão aprender na escola a importância do nosso Pantanal".

Aldenice disse ainda que o título pode acelerar um projeto que beneficia a região do Pantanal em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que está encalhado desde 1995.

Há uma promessa do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) de liberar R$ 400 milhões para os dois estados. "Com esse dinheiro vamos pôr em prática trabalhos que vão desde o gerenciamento de bacias até a exploração do ecoturismo".

A maior parte da região do Pantanal escolhida pela Unesco fica no município de Poconé, no sudoeste de Mato Grosso.

Serão incluídos na lista de patrimônio da humanidade as reservas particulares de Dorochê (26.158 hectares), Acurizal e Penha (26.300 hectares) e o Parque Nacional do Pantanal (135 mil hectares). As quatro primeiras reservas pertencem a Ecotrópica, uma ONG (Organização não-governamental) do Mato Grosso, segundo a Unesco.

O parque, região situada nos territórios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul possui diversos proprietários particulares.

Segundo a oficial da Unesco, o título tem como principal motivo a preservação do meio ambiente. "Não perdemos a soberania. A área será mais fiscalizada, contudo, é livre para a comercialização", disse.

De acordo com a Unesco, as 11 áreas já consideradas patrimônio natural e cultural da humanidade são: centro histórico de Olinda (PE); centro histórico de Salvador; cidade histórica de Ouro Preto (MG); Parque Nacional do Iguaçu (Foz do Iguaçu - PR); Parque Nacional da Serra da Capivara (São Raimundo Nonato - PI); centro histórico de São Luiz (MA); ruínas jesuítas Guarani (RS); santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinho (Congonhas do Campo -MG); plano piloto de Brasília; costa do Descobrimento (fica entra a Bahia e o Espírito Santo) e floresta nacional do sudeste (entre São Paulo e Paraná).

A Unesco também está avaliando para transformar em patrimônio da humanidade Fernando de Noronha e o Parque Nacional do Jaú (AM).

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